Luigi nasceu na cidade grande, e sempre convivera em um ambiente barulhento de pessoas, carros, motos e outros sons próprios das cidades. Tudo isso para ele era algo muito normal. Não sabia como era viver em outro ambiente que não tivesse estas características.
O pai de Luigi sonhava em comprar um sítio, e durante muitos anos trabalhou duro para juntar dinheiro o suficiente para que pudesse realizar este sonho.
Por fim, ele conseguiu comprar um pequeno sítio a alguns quilômetros da cidade em que eles viviam.
Luigi já havia completado oito anos de idade, e não conhecia nada sobre a vida do campo. Seu pai logo quis levá-lo para conhecer o sítio. Luigi hesitou um pouco, mas aceitou ir com o pai.
Quando chegaram ao sítio, Luigi não gostou muito, pois era tudo tão diferente daquilo que ele conhecia! Era um lugar muito silencioso, tanto que o incomodava. E aqueles bichos?! Vacas, porcos, galinhas... – Ah pai, eu não estou gostando desse lugar! – disse Luigi, com fisionomia de insatisfeito.
O pai respondera:
- Ah filho, você acabou de chegar, e ainda nem viu o sítio direito! Eu vou levá-lo para dar uma volta, tenho certeza de que você irá se familiarizar com o sítio logo, logo. – disse o pai com animação.
Assim fizeram, logo depois do almoço os dois saíram juntos caminhando pelo sítio. E andaram bastante, pois o sítio não era tão pequeno. O pai de Luigi desejava muito que o filho se interessasse pela natureza, pelos animais e pela vida do campo, então, enquanto caminhavam foi lhe explicando tudo.
Chegaram a uma pequena reserva de mata virgem, e uma árvore centenária chamou a atenção de Luigi. Seu tronco era forte, era muito formosa, desgalhava-se deslumbrantemente, reinando com seu verde magnífico naquele espaço onde nascera.
Luigi se encantou com a árvore e perguntou ao pai:
- Pai, que árvore é esta, assim tão grande?!
- Linda não é filho? Esta árvore tem mais de cem anos de vida! Isso não é uma maravilha? Ela chama-se cedro. É um belo pé de cedro, você não acha?
- Cem anos pai?! Eu nunca pensei que uma árvore pudesse viver cem anos! – disse Luigi com admiração.
- Elas vivem muito mais filho! É que muitos seres humanos destroem a natureza, cortam as árvores e não deixam que elas vivam e cresçam. Muitos homens derrubam este tipo de árvore para usarem a sua madeira na construção de móveis. Outros constroem casas, e assim eles vão derrubando todas as árvores, acabando com a natureza.
- Que triste não é pai? Vamos pedir a eles para não fazer mais isso!
- Vamos sim filho! Nós podemos fazer isso. Muita gente já tem a consciência de que não se pode destruir a natureza, e nem poluir os seus rios. Um dia chegaremos lá filho, todos serão conscientes e serão educados a cuidar muito bem da nossa natureza.
O menino tentou abraçar a árvore mas não conseguiu juntar as mãos em torno dela, então convidou o pai para se darem às mãos, e assim, poder abraçar aquela árvore de tronco gigante. Ficaram ali alguns minutos abraçados á arvore. O pai percebera que Luigi, a partir daquele momento, se tornaria outra criança, pois notara o quanto o filho estava emocionado.
Depois de alguns minutos o menino falou novamente com o pai:
- Pai, eu posso ficar com ele, com o pé de cedro? Prometo que vou cuidar muito bem dele. Nós seremos amigos.
- Pode sim filho! Claro! Com um protetor como você, este cedro irá viver ainda muitos anos. – disse o pai com expressão sorridente.
E assim, todos os anos em suas férias Luigi ia para o sítio visitar a sua amiga árvore, o pé de cedro. E mesmo depois que Luigi cresceu, continuou a ir ao sítio do pai, dizia que, enquanto ele vivesse, aquela árvore também viveria, pois ele cuidaria dela com muito amor.
Rozilda Euzebio Costa
Do livro Historinhas de Mãe Natureza