sábado, 28 de janeiro de 2023

O jardim do Ben

 

Certa manhã um bem-te-vi quebrou as casquinhas de seu ovo e saiu de lá todo desengonçado, atordoado, o que é normal para um passarinho que acabara de nascer, afinal, era a primeira vez que ele via o mundo de fora de sua redoma.
Olhava para um lado, olhava para o outro, com olhos abertos pela metade, devido a claridade da vida fora de seu ovo. Esse passarinho foi chamado de Ben pela mamãe bem-te-vi.
Ben parecia gostar do que estava vendo, sentiu-se muito entusiasmado, e isso o ajudou a crescer e se encher de penas rapidinho. Logo, Ben começou a voar e descobrir as belezas da natureza ao seu redor. Se encantava com as cores das flores e seus diversos formatos.
Enquanto os outros filhotes buscavam nas árvores apenas o alimento, Ben transportava sementes e mudinhas de flores para um lugar onde ele desejou plantar um jardim para vê-lo cheio de flores.
As sementes começaram a nascer e crescer, e as pequenas mudinhas que Ben trazia em seu bico também se adaptavam e cresciam.
Logo, Ben teve o seu primeiro jardim pleno de flores. E Ben viu que era bom ter um jardim, e desejou plantar mais sementes e mudinhas em outros lugares, se tornando o maior plantador de jardins que já havia existido naquela terra de passarinhos.
_ Mas, como pode uma coisa dessas?! Um bem-te-vi jardineiro! – questionou um bem-te-vi mais velho. Isso porque nenhum bem-te-vi jamais havia plantado um jardim, enquanto que, Ben, já havia plantado mais de meia dúzia de jardins espalhados pela floresta.
Que bom seria se todos os humanos e passarinhos plantassem jardins, se bem que tem passarinho que espalha sementes de frutas por toda a região onde vivem, e nem sabem que estão plantando árvores! Por isso, é bom preservar a vida dos passarinhos, porque eles colaboram com o bem-estar da natureza.
Passarinhos plantam árvores frutíferas, eles levam sementes de frutos de um lugar para o outro, e com isso, nascem novas árvores na natureza.

Rozilda Euzebio Costa
27/01/2023

domingo, 8 de janeiro de 2023

Um urso de jaqueta

 

Parece até brincadeira, mas não é! Isso aconteceu no Sítio do seu José, lá, bem longe mesmo da cidade, no meio das montanhas frias e cheias de ursos que adoravam sair turistando a noite para fora da reserva florestal.

Porque os ursos saiam para fora da reserva florestal? Ora, saiam porque eram muito curiosos e adoravam descobrir novidades!

O Gibão era um desses tais ursos curiosos que, no meio da noite saia turistando fora de seu habitat para descobrir as coisas novas do lado de fora da floresta.

No entanto, um certo dia, Gibão saiu para aventurar-se em busca de novidades, e depois de muito andar, viu de longe uma casinha de colono.


Sem pensar duas vezes, Gibão foi se aproximando, se aproximando e, de repente, sentiu um aroma agradável vindo da casinha.

Sabe aquele aroma de mel delicioso de abelha, que os ursos sentem a dezenas de metros de distância? Pois é, Gibão sentiu.

Gibão ficou enlouquecido só de pensar no sabor do mel, e foi sendo conduzido pelo seu olfato até que chegou bem pertinho mesmo da casinha.

Estava um pouco escuro e, com o barulho das pegadas e da respiração de Gibão, os donos acordaram e acenderam uma luz dentro da casa, assustando o urso, que imediatamente deu a volta pelo outro lado da casinha, e já numa correria doida, saiu levando nos peitos um varal de roupas.

Quando já estava bem distante mesmo daquela casinha, Gibão parou e puxou aquela cordinha com roupas penduradas em volta dele, e vislumbrou-se logo com a cor de uma jaqueta alaranjada.

E naquela curiosidade de urso, o Gibão puxa daqui, e puxa dali até que, de uma forma quase milagrosa, a jaqueta entrou nele!

Imagina só, um urso de jaqueta! E não é que ele gostou tanto que nunca mais tirou aquela jaqueta de seu corpo! Saia todo enjaquetado pela floresta, e se exibia para os outros ursos.

E tinha o urso Maronk que também queria muito uma jaqueta daquelas, mas era quase impossível encontrar outra igual, tendo em vista que Gibão só conseguiu a jaqueta porque o varal de roupas da casa de colonos se enroscou nele no dia em que ele se aventurou por aquelas bandas de fora de sua reserva florestal.



Rozilda Euzebio Costa
08.01.2023

Cinzas da vida

  Um homem de vida cinza e vazia, perdido em pensamentos que também estão cinzas, aqui estou eu na palidez da vida, olhando para esse tempo ...