sábado, 19 de janeiro de 2019

Despertar



O dia amanhece e há uma orquestra além da minha janela,
Parece um bando de passarinhos em festa a cantar.
Eis que melodias suaves e doces acordes soam lá fora,
Assobios ritmados cumprimentam o sol que vai chegar.

A própria natureza alegre se manifesta,
Numa harmonia doce, serena e sublimar.
Botões preguiçosos de rosas se abrem lentamente,
Não há nenhuma pressa em desabrochar.

Porque a vida segue o seu relógio natural,
Nada vem fora de hora e de lugar.
Eis que ouço o som meditativo do silêncio,
Até mesmo ele sabe se fazer notar.

Há um mistério existente e compreensivo,
No equilíbrio entre a vida e o despertar.
Eis que penso fortemente no meu amado,
Enquanto ainda estou no meu leito a espreguiçar.

E penso – a esta hora o sol da manhã já beijou a sua face,
E ele, em volto a compromissos, já está engajado a trabalhar.
De repente um gato mia na minha janela pedindo ração,
E penso – oh não! Já tenho que me levantar!

Abro a janela com os olhos ainda cheios de sono,
E vejo dois gatos e um cão a me olhar.
Eis que o sol desponta potente no horizonte,
Olho para o relógio e ele não para de funcionar.

Vou para o computador escrever uma poesia,
Eu tenho sempre alguma coisa pra rimar.
Sete, oito, nove horas, meio dia...
O estômago anuncia que já é hora de almoçar.

De repente o corpo anuncia uma moleza e meia,
Talvez ele quer por um instante se deitar.
Afinal, ninguém é mesmo feito de ferro,
É preciso relaxar um pouco e o corpo escutar.

Mas a essas alturas do meu precioso dia,
Eu não posso perder muito tempo sem trabalhar.
Há muitas tarefas a concluir e coisas ainda por fazer,
Mãos à obra, para que essa mesma obra venha a prosperar!

Rozilda Euzebio Costa
12/01/2019

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