Nem mesmo havia amanhecido o dia,
Dona Coelha saiu às pressas de casa,
Queria o mais depressa comprar,
Um bolo feito de fubá,
Não sabia exatamente,
Onde poderia encontrar,
Foi batendo de porta em porta,
Perguntando de lar em lar,
Onde poderia comprar,
Um bolinho de fubá.
Mas que coisa sem jeito,
Mas que coisa de alucinar!
Ninguém por aquelas bandas
Sabia lhe informar,
Já havia caminhado um bocado,
Tanto, ao ponto de se cansar.
Sentou-se a beira do caminho,
Não queria desanimar.
Alongou bem as pernas,
Pra melhor descansar,
Meditou por um bom tempo,
Pra ver se conseguia lembrar,
Quem naquelas redondezas,
Poderia de bom grado lhe ajudar.
De repente passou um Tatú,
Ela se pôs logo a perguntar,
_ Caro Tatu, queira por gentileza me informar,
Saberia me dizer, onde um bolo de fubá,
Eu poderia conseguir comprar?
Finalmente uma luz!
Ele disse – vá à casa do amigo Tamanduá.
Animada com a resposta,
Dona Coelha se pôs logo a levantar,
Queria o mais depressa possível,
Na casa informada chegar.
Caminhando, quase correndo,
Nem podia acreditar,
Que agora estava bem perto,
Do seu bolinho de fubá.
Já chegou batendo na porta,
Com uma força de assustar.
Tamanduá abriu depressa,
Pra ver quem estava a lhe incomodar,
Deu de cara com Dona Coelha,
Que já começou a tagarelar,
_ Bom dia, bom dia,
Meu querido amigo Tamanduá!
O senhor nem imagina
O quanto vai poder me ajudar,
Me disseram que o senhor,
Tem um bolo de fubá,
Queria lhe fazer uma proposta,
Para o seu bolo eu comprar,
O que me diz? O senhor vai aceitar?
Tamanduá fechou os olhos,
Respirou fundo antes mesmo de falar,
Pensou em fechar a porta,
Mas uma resposta tinha que dar.
_ Minha senhora, olhe bem na minha pessoa,
Acaso pensa que eu como milho?
Não conhece a minha espécie,
Para isso vir me perguntar!
Se me conhecesse saberia,
Que o meu cardápio é suculento,
É um cupim recheado
De insetos pra me alimentar.
Teve sorte que hoje estou,
De muito bom humor pra lhe falar,
Sobre esse tal bolo desejado,
Talvez eu possa lhe ajudar,
Tenho uma informação muito importante,
Se queres mesmo, este tal bolo comprar,
Procure o Papagaio Chicó,
Lá pras bandas dos arvoredos,
Com certeza na casa dele,
Deve ter muitos derivados
Destas valiosas sementes,
Estou acostumado a ver ele,
Os milhos de um fazendeiro arrancar,
Tanto Chicó, quanto seus amigos,
Estão sempre comendo e tagarelando,
Nas roças do Seu Edgar,
É uma coisa meio desrespeitosa,
Mas isto não vem ao caso lhe falar.
Com isto finalizou a fala,
Do senhor Tamanduá.
Dona Coelha agradeceu,
E correu mais que depressa,
Para o endereço do citado Chicó.
As horas iam se passado com ligeireza,
O sol já estava alto pra danar,
Não poderia sem o bolo,
Pra sua casa voltar.
Ao chegar ao endereço,
De longe logo avistou,
Era Chicó, roendo espigas a se alimentar.
_ Seu Chicó, por caridade,
O senhor tem um bolo de fubá?
Pago o preço que for,
Pra este bolo eu levar.
O papagaio todo satisfeito,
Respondeu que tinha o bolo,
E que nada iria lhe custar.
_ Mas como assim?
O senhor não vai o bolo me cobrar?
Tenho dinheiro e posso o bolo lhe pagar.
_ Minha senhora não insista,
Eu quero o bolo lhe dar,
Como milho todo dia,
Nas roças do seu Edgar,
Ele não me cobra nada,
E deixa os meus amigos eu levar,
Como poderei este bolo lhe cobrar?
O milho não me custou nada,
Portanto, o bolo é seu, pode com ele ficar!
Dona Coelha feliz da vida,
O Papagaio agradeceu,
Voltou correndo para o seu lar,
Passou o resto do dia
Comendo seu bolo de fubá,
Comeu tanto, mas tanto,
Até não mais se aguentar.
Rozilda Euzebio Costa
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