sábado, 2 de abril de 2022

Dr. Cágado Boris (O médico do Parque Saint Germain)

Conto Infantil. Literatura Infantil
Todas as manhãs no pequeno lago do Parque Saint Germain, era um tremendo dramaço. Isso porque o médico dos bichos do parque era um cágado! Imaginem só a demora na fila de espera para ser atendido pelo Dr. Cágado Boris! Jurema, a ema, era a que mais reclamava da espera, mas havia também o Zé Bacalhau que reclamava muito. E antes que alguém pergunte, não, ele não era um peixe, era um lagarto com cheiro de bacalhau, daí o apelido, Zé Bacalhau.

Certo dia havia uma fila imensa de bichos para se consultar com Dr. Cágado, o sol estava quente de rachar a moleira, não havia uma tenda sequer para apaziguar a quentura do sol, e nada da assistente do médico, d. Bolinha, chamar os pacientes.

Bolinha era uma capivara muito educada e prestativa. Os bichos tinham por ela o maior respeito. Ela sempre organizava a fila e servia água para todos com gentileza, mas naquele dia d. Bolinha não serviu água para ninguém.

_ Alguma coisa está acontecendo - disse o castor Nestor.

_ Certamente o doutor não veio hoje! - disse o chimpanzé André.

E o tempo foi passando, era já quase hora do almoço, quando o Dr. Cágado apareceu na porta de sua clínica, e diante de toda a multidão na fila, soltou seu brado:

_ Minha gente, tenha pena e tenha dó, será que um médico não tem direito a um minuto para si só? Estou estressado e estou cansado, preciso dar um mergulho no lago, antes que minha paciência dê um nó e me leve embora deste lugar para as terras do Borogodó! - disse o doutor demonstrando imensa impaciência.

_ Mas doutor, o senhor é o rei da paciência, como pode se perder no labirinto do estresse dessa maneira?! - gritou do meio da fila o escorpião João.

_ Para você vê, que paciência tem limite até para um cágado! A gente se cansa também! Estresse é um trem que vêm do muito afazer e do muito preocupar-se. Eu me preocupo com a saúde de cada um de vocês. O furão Sebastião nunca melhorou a ferida do nariz, isso me deixa infeliz! Se me dão licença, vou ao mergulho. Hoje não tem atendimento.

A bicharada foi toda embora para suas casas, não reclamaram mais, porque entenderam que até o médico se cansa e também adoece.


Rozilda Euzebio Costa

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