Conto Infantil. Literatura Infantil |
Todas as manhãs no pequeno lago do Parque Saint Germain, era um tremendo dramaço. Isso porque o médico dos bichos do parque era um cágado! Imaginem só a demora na fila de espera para ser atendido pelo Dr. Cágado Boris! Jurema, a ema, era a que mais reclamava da espera, mas havia também o Zé Bacalhau que reclamava muito. E antes que alguém pergunte, não, ele não era um peixe, era um lagarto com cheiro de bacalhau, daí o apelido, Zé Bacalhau.
Certo dia havia uma fila imensa de bichos para se consultar com Dr. Cágado, o sol estava quente de rachar a moleira, não havia uma tenda sequer para apaziguar a quentura do sol, e nada da assistente do médico, d. Bolinha, chamar os pacientes.
Bolinha era uma capivara muito educada e prestativa. Os bichos tinham por ela o maior respeito. Ela sempre organizava a fila e servia água para todos com gentileza, mas naquele dia d. Bolinha não serviu água para ninguém.
_ Alguma coisa está acontecendo - disse o castor Nestor.
_ Certamente o doutor não veio hoje! - disse o chimpanzé André.
E o tempo foi passando, era já quase hora do almoço, quando o Dr. Cágado apareceu na porta de sua clínica, e diante de toda a multidão na fila, soltou seu brado:
_ Minha gente, tenha pena e tenha dó, será que um médico não tem direito a um minuto para si só? Estou estressado e estou cansado, preciso dar um mergulho no lago, antes que minha paciência dê um nó e me leve embora deste lugar para as terras do Borogodó! - disse o doutor demonstrando imensa impaciência.
_ Mas doutor, o senhor é o rei da paciência, como pode se perder no labirinto do estresse dessa maneira?! - gritou do meio da fila o escorpião João.
_ Para você vê, que paciência tem limite até para um cágado! A gente se cansa também! Estresse é um trem que vêm do muito afazer e do muito preocupar-se. Eu me preocupo com a saúde de cada um de vocês. O furão Sebastião nunca melhorou a ferida do nariz, isso me deixa infeliz! Se me dão licença, vou ao mergulho. Hoje não tem atendimento.
A bicharada foi toda embora para suas casas, não reclamaram mais, porque entenderam que até o médico se cansa e também adoece.
Rozilda Euzebio Costa
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