terça-feira, 24 de setembro de 2019

Garças a beira-mar

Duas bailarinas compridas de canelas finas, 
Vestidas com suas vestes magníficas de plumagens branca, 
Eram as duas o próprio espetáculo daquela esplêndida tarde primaveril. 
E aquele momento tão único e fascinante, 
Me trazia alegrias tão majestosas e quase divinas. 
Até o sol se sentiu seduzido por elas, 
Lhes tocava com tamanha sensibilidade e amor, 
Que dava ainda mais ênfase àquele momento de infinitas emoções. 
Em minha mente todas as outras coisas fora daquele instante 
Caíram no vão do esquecimento, 
E se perderam nas vias intensas de minhas congestionadas memórias. 
Mergulhado naquele mundo particular de fascinação, 
Eu pude compreender toda a grandeza do Criador. 
E aquelas bailarinas juntas à beira-mar, 
Quase se tornavam uma só na sincronia de seus movimentos. 
E eu, quase hipnotizado com toda aquela explosão de beleza e vida, 
Me perdia a olhar com os meus olhos estupefatos de alegria. 
Não sabia dizer quem a maior beleza possuía; 
Se eram as bailarinas de belas plumagens brancas, 
Com os seus peitos dourados pelos raios refletidos do sol, 
Se eram as ondas espumosas movidas pelo vento, 
Dançando freneticamente num vai e vem, 
Ou se era ele, o próprio e majestoso mar.... 

Obrigado pela vida Senhor! 


Rozilda Euzebio Costa

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