segunda-feira, 24 de junho de 2019

Redes sociais, excessos e fuga da realidade


Há muito tempo venho tentando sair das redes sociais, por me sentir muitas vezes deprimida e desconectada da realidade da minha vida. Não que as redes sociais seja de todo ruim, mas elas nos levam cada vez mais ao extremo da virtualidade. Isso de certa forma causa males ao nosso sistema psicológico. A vida que pulsa dentro da existência real do nosso dia a dia, é que realmente constrói em nossas estruturas as melhorias que necessitamos para evoluirmos.

Hoje decidi dar um tempo, digamos assim, para as redes sociais, e ninguém é culpado desta minha decisão, não estou me afastando porque alguém me magoou ou coisa parecida, pelo contrário, ninguém me fez mal algum. De certa forma, algumas pessoas até me fazem bem quando aparecem e deixam mensagens positivas. Estou deixando sim, as redes sociais, porque compreendi que o momento me pede isso, essa retrospecção, este tempo para uma readaptação ao mundo real em que vivo. Ninguém sobrevive de coisas intocadas, é preciso experimentar a realidade para se sentir inteiro, eu preciso da realidade da vida fora das redes sociais para me sentir inteira.

Nas redes sociais existe um mal oculto, que é o isolamento do mundo real para a vivência de um aglomerado de ilusões e ficções. Existe ainda um maquiar de comportamento, uma amostragem de cenários e vivências que não condiz com a realidade lá fora. E nada nas redes sociais é tão seguro que possa nos deixar melhores do que estamos, pelo contrário, existe uma infinidade de coisas que nos deixam com a sensação de não ter nenhum valor diante de todos e diante do mundo. 

Qualquer pessoa com bom senso pode concordar que o melhor mesmo está no que se pode comprovar na vida fora das redes sociais. Por exemplo; o mar não é virtual, e quando mergulhamos nele sentimos a energia da água a tocar o nosso corpo, nos deixando mais leves e melhores, podemos até sentir o gosto da água salgada nos lábios. O sol não é virtual, e quando estamos sob seus raios podemos sentir o seu calor em nosso corpo. As árvores não são de existência virtual, são reais, e quando as tocamos, nós as sentimos em nossas mãos, e os nossos olhos podem contemplar de perto a beleza de suas cores. Não podemos sentir o perfume das flores nas fotografias compartilhadas nas redes sociais. O abraço entre as pessoas fora das redes sociais não são representados por emojis. E quando somos abraçados e beijados, podemos sentir as sensações que um carinho físico é capaz de provocar em nós, e podemos sentir a emoção de um beijo de amor. Um abraço de verdade pode nos dar um pouco de segurança e conforto nos momentos de fraqueza e solidão. Nenhum emoji é capaz de nos dar carinho e afeto com as sensações que somente o toque pode dar.

Deus criou um mundo físico com coisas físicas, para que nós em nossa fisicalidade, pudéssemos sentir as sensações da vida que pulsa em nós, e assim, pudéssemos sentir a alegria de uma abraço fraterno, de um beijo de amor, de um toque de carinho.

Assim sendo, nada melhor do que permanecer na realidade física e se reconectar com as realidades da qual fazemos parte na vida.

Deixo as redes sociais, não sei por quanto tempo, se para sempre eu não sei, ou se por apenas uma estação. Estou indo embora da virtualidade em busca de uma conectividade com a minha realidade, da qual tenho andado um pouco distante. Descobri que tenho que me reencontrar com a minha realidade.

Não estou abandonando as pessoas e os sentimentos que provo por elas, eu estou deixando apenas de interagir com elas dentro do mundo virtual, dentro das redes sociais. 


Rozilda Euzebio Costa
24 de junho de 2019.

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