Nas minhas tristezas e decepções,
eu apanhei muito e cresci,
durante as tuas ausências,
eu sofri tanto e me feri,
mas também conheci outros caminhos,
e evoluí,
por entre os espinhos de tua indiferença,
eu chorava minha solidão,
minhas lágrimas caiam sobre solos,
e regavam dezenas de jardins,
com minhas tempestades de tristezas,
mas até com elas eu também muito aprendi.
Enquanto meus rastros vão ficando para trás,
tua face também vai sendo apagada pelo tempo,
como fotografia antiga,
maltratada pelas horas passadas,
de cores vivas passam a esboços,
quase irreconhecíveis,
de momentos que um dia foram tão importantes,
agora se tornam memórias desgastadas,
pálidas,
vão morrendo nos ponteiros dos relógios,
já esbranquiçadas.
Rozilda Euzebio Costa, em "Aprendiz na dor."
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