_ Eu sou um guaxinim sortudo, eu tenho uma toca e tenho um lindo rio de águas frescas, e tenho uma floresta toda para mim e para meus amigos. Eu tenho sorte, porque tenho tudo que preciso para viver! Aqui o homem não vem me maltratar, mas se vier de teimoso, mamãe natureza fica brava com ele, e bem depressa o coloca para correr.
_ Meu nome? É Ludovico Tico! Ah, talvez você se pergunte:
_ Porquê Ludovico Tico? Ludovico é nome de humano!
E eu vou te responder bem acertadamente:
_ Quem disse que os humanos são donos dos nomes que a inspiração sugere aos que nascem no mundo? A gente usa o nome que gostar e que quer ser chamado, e eu gosto de ser chamado de, “O guaxinim, Ludovico Tico!”, pronto! – falou e calou-se por alguns segundos.
De repente, no clarão da floresta onde Ludovico estava com os pensamentos afoitos, aparece o seu amigo, Cão Grandão, gritando feito um maluco sem noção!
_ Ludovicooooo! Ludovicooooo! Você não vai acreditar, cara! Hoje eu bati o recorde de todas as Américas, eu consegui a façanha de encontrar dezenas de nozes! Procurei, procurei e achei! Nozes cara! Muitas nozes! E eu quero te dar algumas, porque você é meu melhor amigo.
O Cão Grandão era um guaxinim super de boa, amava a vida e gostava de brincar de esconde-esconde entre as pedras com seus amigos. Se chamava Cão Grandão, porque era bem grande mesmo para a sua espécie. Olhando assim, de longe, não é que ele poderia até ser confundido com um cachorro!
Certo dia, entraram em discussão numa roda de conversa entre guaxinins, Cão Grandão e Afoito, o guaxinim mais agoniado do grupo. Um deles arrancou da mente uma tremenda de uma demanda! Quem? Ora, só podia ser o Cão Grandão!
_ Hey, digam-me qual é a diferença de um guaxinim para um ser humano? Eles têm cinco dedos na mão, nós temos cinco dedos na pata! Eles têm dois olhos, nós também! Você já viu algum animal de um olho só? Eu nunca vi! Se você já viu, então, prova! Eles têm um nariz, e nós também! Humanos possuem dois ouvidos, nós também! ...
E Cão Grandão continuou com aquele assunto de comparações entre os humanos e os animais, até altas horas da madrugada. E só parou quando percebeu que todos os guaxinins já estavam esparramados pelo chão, rocando! Cão Grandão era um guaxinim intelectual, e queria saber o porquê de tudo e como tudo funcionava. Os outros guaxinins aprendiam muito com ele.
Na floresta, Ludovico Tico era protegido por Cão Grandão, e por seus outros amigos, e tudo ali era sereno e tranquilo, não haviam naquele lugar, rastros de humanos, e a floresta era protegida. Mamãe Natureza não tinha do que se queixar na floresta em que vivia Ludovico Tico. Lá, era o paraíso dos guaxinins.
Rozilda Euzebio Costa
21/11/2022
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