Toda
criatura tem a sua espécie e forma grupos de indivíduos que partilham de um
mesmo meio social, seja homem, seja animal de qualquer espécie, os insetos
também formam os seus grupos e partilham de suas crenças de insetos... Bem,
esta é a história do marimbondo Dong.
Certa
vez na comunidade de Dong faltou água, era preciso andar muito longe para
encontrar água, pois não tinha nas redondezas. Estava muito difícil conseguir
matar a sede por lá.
Dong
e seu irmão de comunidade decidiram fazer uma varredura na região para ver se
encontravam água para beber. Tão logo encontrassem, correriam a chamar todo o
restante da comunidade de marimbondos para vir matar a sede.
Depois
de muito voar, avistaram um objeto grande e branco, e, curiosos, os dois se
aproximaram dele. Eles perceberam que aquele objeto tinha água em abundância.
Desceram imediatamente. Era um tanque humano de lavar roupas, mas eles não
sabiam nada sobre aquele objeto. Dong e seu irmão só queriam beber água e nada
mais.
Dong
e seu irmão, sedentos de água, começaram a beber a água que estava na borda do
objeto, e Dong bebeu tanto, mas tanto, que acabou ficando com o corpo muito
pesado, perdeu o equilíbrio e caiu na água. Desesperado, começou a gritar e a
se debater na água:
-
Irmão, me ajude! Eu estou me afogando! Me ajude a sair daqui! – e batia tanto
suas asas que elas foram ficando muito fracas.
Por
sua vez, o irmão olhava desesperado mas não sabia como ajudar Dong, e a água
estava levando-o cada vez mais para o meio do tanque. Dong lembrou-se de pedir
ajuda ao deus dos marimbondos. Seu pai o ensinou desde pequeno que os
marimbondos tinham um deus protetor, então, Dong gritou:
-
ONDE VOCÊ ESTÁ DEUS DOS MARIMBONDOS? VEM ME SOCORRER, PORQUE EU ESTOU ME
AFOGANDO! AJUDE-ME, DEUS DOS MARIMBONDOS!
Aquela
criatura já estava perdendo suas forças e sua vida dentro daquele tanque. Foi
quando uma mulher se aproximou do tanque e viu aquele marimbondo se debatendo
na água. A mulher se condoeu ao vê-lo se afogando, sentiu muita pena dele e
colocou o seu dedo na água para que o marimbondo pudesse subir nele e se
salvar. Quando Dong avistou o dedo da mulher se aproximando dele na água,
pensou logo que fosse o deus dos marimbondos que havia atendido o seu pedido de
socorro. Subiu imediatamente no dorso daquele deus dos marimbondos, e se deixou
levar por ele. Dong foi colocado num lugar seco onde havia sol, e logo as suas
asas enxugaram e ele começou a recuperar as suas forças. Seu irmão veio voando
ao seu encontro, estava abismado e assombrado. Ele também não estava entendendo
o que tinha acontecido, mas sabia que somente um ser poderoso poderia ter
tirado Dong daquele objeto enorme, cheio de água. Somente um ser poderoso
poderia ter salvado Dong.
Ao
se recuperar Dong começou a relatar ao irmão o que tinha visto:
-
Eu sei meu irmão, foi o deus dos marimbondos que me salvou! Eu o vi de perto!
Eu o vi! - Dong estava eufórico, e seu irmão queria saber como era esse deus
dos marimbondos, que forma ele tinha, porque ele não havia enxergado bem o
salvamento de Dong, havia visto apenas uma grande sombra, pois sua visão estava
turva pelo assombro de ver Dong se afogando e não poder fazer nada. Estava
muito curioso para saber e perguntou ansioso:
-
Diga Dong, como era ele de perto? Como é o deus dos marimbondos Dong? –
perguntou para o irmão.
Dong
o descreveu com a visão que teve daquele deus que o salvou:
-
Bem irmão, eu nunca vi uma coisa igual! Aquele deus não tinha asas como nós,
nem olhos, nem boca, eu nem sei como ele me ouviu! Porque eu não vi orelhas
nele! Se parecia com uma lagarta, você já viu uma lagarta, certo irmão?
-
Claro que já vi! – respondeu o irmão de Dong.
-
Então, se parece com uma lagarta, ele é diferente de nós! Mas eu notei que em
seu dorso tinha pequenos montes. Eu pensei que o deus dos marimbondos fosse como
nós, marimbondo também! Só que um marimbondo gigante, entende? Mas não, o deus
dos marimbondos não é um marimbondo! Eu preciso contar isso ao meu pai, ele vai
ficar muito surpreso com o que eu descobri.
E
os dois marimbondos voaram de volta para casa. Agora, Dong, em sua compreensão
de marimbondo, tinha a sua visão de como era aquele deus que cuidava dos
marimbondos.
Rozilda
Euzebio Costa