domingo, 5 de junho de 2022

O casamento do dromedário Dário

 

Tinha tudo para ser um dia muito feliz, e foi! O dromedário Dário organizou tudo com muito esmero. Aquele seria o casamento mais lindo, mais famoso, mais... mais tudo, ora!! Não é todo dia que tem um Dário se casando no deserto, não é verdade?

Antes mesmo de o sol nascer começaram a chegar as caravanas de dromedários para a cerimônia, e como todos sabem, no deserto o sol levanta mais cedo, e os convidados levantaram mais cedo que o sol para assistir o matrimônio de Dário e Medá, a dromedário mais disputada da região.

Para quem não sabe, Medá era só candura e fineza, começando das canelas, claro, não se sabe como ela conseguia manter toda aquela beleza, tanto que, Dário quando a viu disse:

_ Valha-me Deus! Eu estou no Paraíso? Que beldade! - E logo cuidou de conhecer melhor Medá, foi lhe cativando, cativando, até que ela aceitou se casar com ele.

A celebração foi regada a muito calor, lágrimas secas e muitas emoções, porque era tão quente aquele lugar, que não dava tempo das lágrimas escorrerem pelas faces dos dromedários, secavam ainda na beirada dos olhos. E depois, aquela festança... Nossa, que festa! Tinha tanto vinho bom liberado que os dromedários convidados se fartaram.

_ Viva o nosso amigo Dário! Felicidades para os noivos! - Gritavam os convidados.

No entanto, havia quem estava insatisfeito – o dromedário Consorte! Ele, que de sorte não tinha nada, parece que a sorte era apenas uma palavra que complementava o seu nome.

Consorte dizia que Medá era a dromedário dos seus sonhos, e talvez fosse mesmo, o problema era que Consorte era muito medroso e tímido. Ele nem imaginava que o grande amor da vida de Medá era ele! Ela só se casou com Dário, porque era uma vontade de seu pai, e também porque não tinha esperança de que Consorte viesse um dia pedi-la em casamento.

Talvez, se Consorte tivesse sido mais corajoso, seria ele quem estaria ali se casando naquele deserto de lagartos e dromedários, e de sol escaldante.

Dizem que naquele deserto o sol era um príncipe de sangue muito quente, e também valente, levantava muito cedo para esquentar os miolos dos dromedários e colocar os lagartos para correrem sobre as dunas escaldantes.

Apesar de qualquer contratempo, Dário estava feliz com sua Medá, e talvez esse era mesmo o destino, quem disso vai duvidar, né? De destino ninguém entende nada mesmo! E tudo anda conforme manda a vida.


Rozilda Euzebio Costa

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