De quando em quando ele passa,
Algumas vezes, numa fúria terrível,
Em outras, numa suavidade extraordinária,
Que chega parecer sensível.
Ninguém o vê,
Mas ele está em todos os lugares,
Espalha a areia dos desertos,
Adentra as janelas dos lares.
Ele faz bater as portas
Arranca as roupas dos varais,
Arregaça cortinas,
Derruba as frutas nos quintais.
É incrivelmente forte,
Quando está muito bravio,
E é docemente suave,
Quando quer ser gentil.
Quando quer ser galã,
Beija o rosto das donzelas,
Toca-lhes com ternura,
Com suas invisíveis apalpadelas.
Quando quer fazer travessura
Espalha poeira na face dos rapazotes,
Arranca-lhes de suas cabeças, os chapéus,
Suja de areia a roupa dos meninotes.
É um cavalheiro em alguns momentos,
Em outros, é um poço de indelicadeza,
Um turbilhão de ações,
Força invencível e de misteriosa grandeza.
Pode ser chamado de Tempestade,
De Brisa,
Ou de Furacão.
De Correntes do Sul e do Norte,
De Bafejo e de Frescor,
De Aragem,
De Zéfiro ou Ventania,
E até mesmo, de Viração!
Não dá pra discutir com ele,
Tome intento!
Se acalme, e não se apavore,
Porque este senhor... é o Vento!
Rozilda Euzebio Costa
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